A Escola Municipal João Brazil, localizada no Morro do Castro, está se preparando para a Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR). A unidade, que é uma das escolas públicas do Rio de Janeiro que mais se destacam na área, desenvolve o tema com os seus estudantes desde 2018, e já elaborou diversos projetos que despertam nos alunos a vontade de criar e de fazer a diferença. A OBR é dividida em três etapas: regional, estadual e nacional. A primeira etapa será realizada no Colégio Marília Mattoso, localizado em São Domingos, no dia 19 de agosto. Unidades escolares de diversos municípios do Rio de Janeiro estarão presentes para a competição.
O secretário de Educação e presidente da Fundação Municipal de Educação, Bira Marques, acredita que esse tipo de projeto pode abrir portas para os estudantes.
“As aulas de robótica são oportunidades para os nossos alunos conhecerem um novo mundo e terem novas experiências. E é isso que nós queremos proporcionar. Participando das Olimpíadas, por exemplo, eles têm contato com profissionais, com outros grupos, e tudo isso agrega ao conhecimento e formação, não só educacional, como a social. Vamos sempre estimular esse tipo de prática nas nossas unidades, investindo em novas tecnologias para que nossos estudantes aprimorem conhecimentos”, ressaltou.
No ano passado, a E.M. João Brazil foi a campeã da etapa regional e ficou em segundo lugar na etapa estadual. A expectativa de professores e alunos é de que, neste ano, a unidade possa alcançar o primeiro lugar. Conquistando o topo do pódio, a escola poderá participar da etapa nacional, que acontecerá em Salvador, na Bahia.
A professora Evelyn Crespo tem sido uma das pessoas mais ativas no desenvolvimento da robótica na unidade escolar. Segundo ela, a Olimpíada incentiva as crianças e jovens para o aprendizado de novas tecnologias, que podem encaminhá-los para carreiras científicas.
“Além dessas vantagens, a robótica facilita o aprendizado dos conteúdos dados em sala de aula, porque esse mesmo conteúdo acaba sendo visto de forma prática. Na programação, os alunos aprendem conteúdos relacionados a cálculos, ângulos, dentre outros”, explicou.
No nível interpessoal, as aulas de robótica também têm se demonstrado importantes para o desenvolvimento social dos estudantes, uma vez que precisam ter maior senso de companheirismo e colaboração entre os integrantes do time. A estudante Júlia Guedes, de 12 anos, demonstra estar confiante. Participando pelo terceiro ano do grupo e em seu segundo ano competindo, ela diz que espera ganhar a etapa nacional junto com a sua equipe.
“No ano passado, a equipe chegou a ganhar a etapa regional, mas não conseguiu ganhar a etapa estadual em virtude de um erro muito pequeno. Agora, estamos mais preparados”, destacou.
Vitória Conceição, de 14 anos, é estudante do oitavo ano e participa, pela segunda vez, da OBR.
“Gosto muito de participar dessas Olimpíadas e me diverti muito no ano passado. Nosso robô, este ano, está bem melhor, pois tivemos bem mais tempo para programar”, empolgou-se.
Desafio – Neste ano, a arena onde os robôs irão desempenhar as suas funções será a simulação de uma área atingida por um grande desastre. Nesta situação, apenas um robô poderia fazer o resgate de corpos e de sobreviventes. Linhas pretas, alguns obstáculos como redutores de velocidade, dentre outros fatores, representam toda a zona de perigos que o robô enfrentará no cumprimento da missão.
Com todas essas informações, os alunos precisam programar um robô autônomo, ou seja, que não seja controlado remotamente. O robô precisa ter informações prévias de tudo aquilo que tem que fazer, de acordo com as diferentes situações que irá encontrar. A principal delas é identificar e recolher bolas pretas, que representam as pessoas mortas, e bolas prateadas, que representam as pessoas vivas. Após essa identificação, o robô precisará levar bolas pretas e prateadas aos seus respectivos destinos.