Estudantes da Umei Darcy Ribeiro conquistaram o 1º lugar no Concurso Kamishibai Plurilíngue Brasil, promovido pela Embaixada da França no Brasil, na categoria de 06 a 10 anos. A premiação, que contou com a participação de escolas de todo o Brasil, tem como objetivo incentivar os profissionais de educação a desenvolver projetos plurilingues e interculturais, através da criação de pranchas de kamishibai, uma espécie de teatro de papel de origem japonesa. Sob o tema “Esse lugar que tanto amo”, selecionado para este ano, as crianças escreveram a história “Os monstros e as crianças” em cinco idiomas (português, francês, chinês, italiano e espanhol), no âmbito do projeto “Niterói, meu lugar”, que celebra os 450 anos da cidade.

A apresentação foi feita de forma online. Os estudantes enviaram vídeos contando a história através de ilustrações em pranchas de papel cartonado. Cada prancha coloca em cena um episódio e são acomodadas em um palco, que pode ser de madeira ou papelão. Na frente, o público vê a ilustração, enquanto no verso o contador pode ler o texto, à medida que as pranchas vão deslizando. No ponto central da história, está uma noite de Halloween no Campo de São Bento.

“Queremos estimular, cada vez mais, práticas como essa, que despertam a curiosidade das crianças e incentivam o aprendizado de forma lúdica. É uma atividade interdisciplinar, que promove o trabalho de forma integrada, a oralidade, a escrita e o interesse por outros idiomas. Certamente, será um estímulo para que esses pequenos busquem sempre aprender”, disse o secretário e presidente Municipal de Educação, Bira Marques.

Durante a premiação, um dos analistas do júri (formado por profissionais de diferentes áreas, como educação, ilustração, publicação e etc) chamou atenção para a alternância entre ilustrações e colagens usadas pelas crianças no projeto. Os jurados ainda destacaram o uso de palavras soltas integrando as ilustrações, para além do texto escrito.

Os estudantes confeccionaram a história e as ilustrações sob a supervisão da professora de francês Thaís Feitosa, que está na Rede desde 2019. Segundo ela, o kamishibai é um recurso lúdico, que permite estimular a escuta ativa da história.

“Esse trabalho veio no contexto do projeto que estamos desenvolvendo com as crianças sobre os 450 anos de Niterói, desde o início do ano, e também na perspectiva plurilíngue dos nossos referenciais curriculares. Fiquei sabendo do concurso e achei interessante trazer para as crianças, para que elas pudessem desenvolver um trabalho em grupo, mostrando que a vitória também é coletiva”, contou Thaís.

A professora acrescentou que o processo de escolha dos idiomas apresentados no Kimishibai partiu da curiosidade e preferência das próprias crianças. Segundo ela, o projeto continua e a ideia é fazer com que eles apresentem para toda a escola e para os familiares.

“Todo trabalho foi feito no tempo curricular da aula de francês, então o aparecimento das línguas tinha que estar atrelado ao trabalho que a gente desenvolvia em sala de aula, por isso que os monstros se apresentam cada um em um idioma. Priorizamos a escolha do francês e do mandarim, porque estão inseridos no nosso contexto, como a escola Brasil-China, que está bem próxima daqui. Demos a oportunidade das crianças aprenderem saudações em outros idiomas, observando com quais elas se familiarizavam mais”, detalha a professora, acrescentando que os alunos identificaram o italiano a partir do personagem Mário Bros e o espanhol a partir do jogador de futebol argentino Lionel Messi.

 

 

Alunos da UMEI Darcy Ribeiro
Foto: Cheila Pacetti

O grupo vencedor da categoria de 06 a 10 anos foi do grupo de referência 3B da Umei Darcy Ribeiro, formado por 25 alunos, entre eles o Wellington Bruno Lage, de 10 anos.

“O kimishibai é uma boa parte para as crianças, como eu, aprenderem. Eu gostei mais da parte de pintura, porque amo pintar. Foi difícil aprender outros idiomas, mas foi bem divertido também. Eu gosto muito de francês e sempre quis aprender”, contou Wellington.

O processo criativo foi o que mais deixou as crianças encantadas. A ideia era fazer com que os estudantes trabalhassem de maneira conjunta em cada etapa, reforçando o caráter coletivo da vitória.

“Gostei de participar desse trabalho porque a gente teve que usar tinta para pintar e cortar papel. Ajudamos uns aos outros quando era difícil. Eu adorei apresentar o projeto também, porque contamos a história em outras línguas. Aprendi muito com isso”, declarou a pequena Nathalli Flamini, de 8 anos.