Crianças também caminharam pelo Circuito Laguna, localizado área de preservação ecológica da Praia de Itaipu
Os estudantes da UMEI Doutor Paulo César Pimentel, em Itaipu, fizeram um passeio para conhecer as belezas das suas redondezas, na Região Oceânica de Niterói. A primeira parada no itinerário foi no Projeto Aruanã, que tem por objetivo monitorar a vida das tartarugas marinhas.
O secretário de Educação e presidente da Fundação Municipal de Educação, Bira Marques, destacou que é essencial integrar a educação com os cuidados ao meio ambiente, já que as crianças são o futuro da nossa sociedade.
“É muito importante que nossos estudantes possam se aprofundar e conhecer melhor os nossos mares e oceanos, assim como o conjunto de vida marinha que os habitam. E os pequenos não só aprendem, como também repassam esse conhecimento para os seu pais, amigos e familiares, o que é ainda mais importante”, ressaltou.
Segundo a coordenadora-geral do Projeto Aruanã, Suzana Guimarães, a importância da iniciativa é a criação de uma conscientização socioambiental.
“Os pescadores desta região, que atuam dentro da Reserva Extrativista Marinha de Itaipu, têm uma formação contínua. Inclusive, temos um pescador que é contratado pelo projeto para manter esse contato permanente com a comunidade local”, explicou.
Dentro da sede do Projeto Aruanã, as crianças puderam observar cascos de tartarugas marinhas e outras relíquias trazidas do mar. Elas tiveram até mesmo contato com uma personagem sereia, que explicou a elas a importância da preservação ambiental dos biomas marinhos.
As crianças da UMEI Dr. Paulo César Pimentel ficaram muito entretidas com as novidades que viram na sede do projeto. A pequena Ana Elisa de Souza, de 3 anos, disse que “gostou muito de ver a sereia e de pintar a tartaruga”. Já a Maria Eduarda Paes, de quatro anos, disse que “gostou da sereia porque ela ensinou como é o corpo da tartaruga e onde ela mora”.
Circuito Laguna – Após esse primeiro contato com as tartarugas-verdes, as crianças da UMEI Dr. Paulo César Pimentel fizeram uma trilha no Circuito Laguna, que beira o canal da Laguna de Itaipu. Lá, aprenderam que, na formação geográfica das lagunas, é importante que as águas do mar adentrem para que as águas desta se mantenham sempre oxigenadas, e também puderam observar os manguezais.
João Ricardo Assis, da Coordenação em Sustentabilidade, Esporte e Saúde (CESESS), afirmou que “é importante fazer um trabalho com as crianças desde cedo, para que elas não herdem essa ideia que é comum em nossa geração de que o manguezal é sujo. O mangue é vida e é importante para a manutenção do ecossistema marinho”.
Após a volta na laguna e na praia, as crianças puderam conhecer a área do sambaqui de Itaipu. Sambaquis são depósitos formados por terra, areia e conchas de mariscos que foram formados pela ação humana, pelos primeiros habitantes da costa brasileira. Alguns destes chegam a ter algo em torno de 8 mil anos de idade, e o de Itaipu é considerado o mais antigo no litoral do Brasil. Por meio destes sítios arqueológicos, é possível saber muito sobre a vida que levavam os primeiros habitantes destas terras. Muitas tribos indígenas, em tempos mais recentes, encaravam os sambaquis como uma espécie de santuários.
Ao fim do passeio, João Ricardo ainda ressaltou que as trilhas ecológicas também são trilhas educativas.
“É importante trazer não somente as crianças da Educação Infantil, mas também os alunos de EJA e do Ensino Fundamental, pois é um resgate histórico e um lazer, tanto para os professores quanto para os alunos”, concluiu.
Aruanã – O Projeto Aruanã surgiu em 2010, em parceria com a Universidade Federal Fluminense (UFF). Em 2020, a ação se desvinculou do projeto de pesquisa da universidade e criou a ONG Littoralis, que gerencia o projeto nos dias de hoje. Ele leva esse nome porque Aruanã é o nome nativo da tartaruga-verde, espécie de quelônio que vive nas imediações da Baía de Guanabara. O projeto tem ênfase na Educação Ambiental, procurando conscientizar o público sobre os problemas ambientais que a comunidade enfrenta atualmente.