Diretores, professores, pedagogos e representantes da educação municipal se reuniram na tarde desta segunda-feira, dia 7 de março, para um debate sobre a Base Nacional Comum Curricular, no auditório Darcy Ribeiro, no Espaço Oswaldo Salles. Organizado pelo Conselho Municipal de Educação, o encontro contou com a presença da secretária Municipal de Educação, Ciência e Tecnologia (SEMECT) Flavia Monteiro de Barros Araujo, o conselheiro e diretor da faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense (UFF), professor Jorge Najar, e a professora da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Elizabeth Macedo.
O tema tem sido fruto de várias discussões pelo país e, como não poderia deixar de ser, divide opiniões de quem atua nos diversos segmentos da Educação. A professora Elizabeth Macedo, uma das principais especialistas no Brasil sobre o tema, se diz contrária à implementação de uma base nacional curricular comum:
"Não acredito em moldes curriculares pois isso não é uma garantia de igualdade e qualidade, além de ser uma desqualificação dos professores, que acabam perdendo a autonomia. Mas ser contra a uma Base Nacional Comum Curricular, não significa ser contra a justiça social, e sim em trabalhar com a alteridade, a existência do outro como um ser particular", declarou a professora.
Concordando com ela, o professor Jorge Najar ainda ressaltou que muitos professores, colegas de profissão, são a favor da base, e isso gera uma discussão válida, porém contraditória.
"Discutimos muito a base, mas não a formação do professor. A reforma não está apenas na estrutura, mas em pensamentos que devem ser levados em consideração através de uma política de educação. Acredito que a Base Nacional Comum Curricular deve ser implementada ainda este mês, mas ainda temos muito o que debater sobre esse assunto", completou.
A secretária Municipal de Educação, Ciência e Tecnologia, Flávia Monteiro de Barros Araújo, mediadora da mesa, lembrou da importância do tema para a rede municipal de um Educação de Niterói:
"Estamos investindo nos nossos profissionais, através de programas de formação continuada, pós-graduação e até mesmo um novo Plano de Cargo, Carreira e Salário (PCCS). Queremos que nossos professores tenham individualidade e vivência no chão da escola, e para isso estmos com os nossos Projetos Instituintes, buscando dar autonomia a esses profissionais", afirmou.
A Base Nacional Comum está prevista no Plano Nacional de Educação (PNE), que entrou em vigor em 2014. É ela quem vai definir, quais serão os "objetivos de aprendizagem" a serem considerados pelos professores e coordenadores na hora de elaborar o projeto pedagógico da escola e o currículo das aulas de educação infantil, ensino fundamental e ensino médio.
O projeto vai ser igual para todo o Brasil. Mas ela prevê também espaços para a "base diferenciada", que são os conteúdos definidos pelas escolas e redes municipais e estaduais, de acordo com as particularidades de cada região.